terça-feira, 13 de maio de 2008

"Voando sob um ninho de cucos"


Aa companhias da ANA (não a mulher) e da TAP eram empresas de aviação - regional e continental - que nos faziam esquecer um pouco as vicissitudes da separação da família, pelo nosso regresso ao Puto, em gozo regimental de mini-férias, aquando da campanha no Ultramar.

Dessa forma, os mais afortunados economicamente sempre tinham a chance de retemperar forças no Continente; aos restantes, as alternativas não seriam muitas mas, ao menos, ainda podiam "fugir" para Luanda ou alugar hotel ou pensão em Carmona.

Num desses voos para Lisboa, uma das figuras típicas que me ficou na retina foi a de um nosso camarada algarvio. Assumidamente cleptomaníaco, "engravidou" de tal forma durante o trajecto que terá feito corar até a assistente de bordo pois parecia "abortar" a cada ida ao cabinet do WC do avião e viria, já no aeroporto, "a dar à luz" uma série de garfos, perfumes, after shave, sabonetes, guardanapos regionais e mais umas tantas quinquilharias de usufruto próprio dos passageiros mas pertences da TAP!

Trinta e tal anos mais tarde, aperceber-me-ia, via telefone, que o nosso amigo não estava bem da cabeça e fora internado. Talvez o stress lhe tenha afectado também o espírito.

Hoje e daqui, desejamos todos que tivesse recuperado.

Um abraço, amigo.


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