Cap.
1
Alvados/99
Alguns já com estatuto de avós:
- (…) eh, pá! Tenho lá um que é assim pequenino também
- Olhando uma foto de um neto de um camarada - É mais pequenino que o teu… tem
14 meses, não fala, mas que traquinas!...
A propósito de velhos craques no futebol de salão no
Songo:
- (…) porra, pá, foi pena na altura não seres vendido
ao Arsenal (ao Varela, o algarvio). Este gajo era um ponta de lança do carago,
era a estrela da Companhia e da nossa equipa. Eh pá, lembras-te de uma defesa
que fiz que quase parti os dentes todos ? Ah que rica equipa que a malta tinha:
o Ornelas (jogava p’ra raio), o Paulo, o Leite, o Mota, o “Caganeira” que só de
paleio driblava o pessoal todo – Risotas; chegamos a ir a Carmona disputar as
finais (…) velhos tempos!...
Ataca o Pegado, a propósito de umas noitadas ainda na
Madeira:
- Ó Rei, lembras-te daquela noite no Funchal?
- Eh pá!... Isso fica no segredo dos deuses –
Gargalhadas estridentes – Mas nunca contar às nossas mulheres aquilo por que
passamos! Nada! Só de lembrar essa coisa… - Um olhar de soslaio às respetivas
consortes, de algum dia lhes desvendarmos o segredo.
Ao partir do bolo:
- Como é, ninguém bate palmas? – Subtil
a filmar. Eh malta, o Laranjeira está agora a cortar o Sonso do mapa. A quem
vai tocar a fatia da Quivuenga? – Risota geral.
Ainda a propósito:
- Eh pá, isto está mesmo uma
delícia!... – Interrogações na malta – ‘Inda vive na serra da Mucaba!... –
Risota geral.
A propósito de algumas calvícies já acentuadas:
- (…) não é velhinhos que se diz,
é u-s-a-d-o-s!...
Já ao champanhe e quando a discussão
era sobre futebol:
- Porra, pá, parece que ‘inda estás
cheio de fome, carago! – Ataca o Couto que já havia desabafado quase meia
comissão de serviço e que tinha tido o baptismo de mato no meu pelotão – Estás
tu e o Benfica… bebe que p´ró ano há mais!... Já temos o tetra, o penta e o
hexa vem já a seguir ! – Assobiadelas nas hostes adversárias.
Nas despedidas – discurso do Beja:
- (…) faltou ainda o camarada Sousa, de
Lagos, dada a distância e o facto de andar em hemodiálise três dias por semana
mas manda um abraço à malta (…).
- (…) P´ró ano, vamos ver se o encontro
é na Madeira, vamos pôr o Calisto a tratar do assunto da TAP p´rá coisa ficar
mais em conta (…).
Logo um outro no meio de um café:
- Nossa, meu, não me ponhas à beira do
Sousa senão fico sem comida! – Gargalhada geral.
Ainda a organização, a cargo do
Laranjeira:
- (…) Quero recordar três nomes: o caso
do furriel Basso, o caso do motorista “Apúlia”, o caso do furriel Cunha e, como
não podia deixar de ser, o nosso malogrado capitão Pinto de Morais. São quatro
pessoas que no fundo vamos congregar e recordar neste nosso encontro. Solicito
a todos um minuto de silêncio em homenagem a estes camaradas falecidos –
Silêncio prolongado com uma ou outra lágrima a disfarçar a emoção do momento.
Desejo um bom regresso às casas de cada um. Até ao ano.
Seguem-se as despedidas com abraços a
cada um em particular e saudações aos respectivos familiares.