sábado, 31 de dezembro de 2011

Um Natal diferente ( do livro "Também eu estive lá...")

Só quem está fora da mãe-pátria pode avaliar, por si, o quão custoso é passar esta época festiva longe do seus familiares e amigos; que o digam os nossos emigrantes e todos aqueles que nas mais diversas circunstâncias, algum dia, tiveram de o vivenciar.
Tentando colmatar, de alguma forma, a reunião à volta de cada uma das nossas famílias na metrópole, nesta noite de 1972, também a família da ÔNZIMA se reuniu para a comemorar.
O rancho foi melhorado com uma pacaça que o capitão e os alferes Nunes e Coelho tinham abatido; as grades de cerveja foram duplicadas, bem como o bacalhau; o whisky foi distribuído pelo pessoal; o vago mestre teve que passar diplomas suplementares a outros cozinheiros improvisados e que queriam também demonstrar os seus dotes culinários, disputando especialidades à Savoy; enfeites vários e velas de ocasião davam o ambiente próprio àquela noite  festiva, onde aqui e ali a saudade era disfarçada por alguma lágrima de ocasião.
Já algo "regados", a ocasião proporcionava-se para uma Parada de Estrelas improvisada. O furriel Lopes, um alfacinha de gema, deu o mote, com uns faditos castiços, corridos ou da Mouraria  logo se fazendo coro no trautear da letra. No prosseguimento, o furriel Cunha  (de saudosa memória), perito em canções de intervenção, ripostaria com o Pedro Soldado de Manuel Alegre e Adriano Correia de Oliveira, logo sequenciado pelo Lá longe onde o sol castiga mais, de Paco Bandeira.
Entre brindes e abraços de confraternização e onde as patentes militares, por um dia, se misturavam à mesa, o alferes Coelho começou a trautear o fado coimbrão da Samaritana, provocando um brilhozinho lacrimejante nos olhos de muitos de nós.
A noite não ficaria completa se os meus camacheiros, liderados pelo Emanuel e logo acompanhados pelo "Caganeira", vestidos a rigor com umas toalhas de ocasião e logo seguidas de "damas" improvisadas, não rematassem com o Bailinho da Madeira, pondo toda a Companhia a dançar e apressando a digestão.
Este nosso amigo também não se fez rogado e lá se foi revezando na viola e no acordeão, ajudado por um sexteto rítmico no matraquear dos talheres nos copos.
Já a noite ia alta e ainda ecoavam nos ouvidos as últimas estrofes do nosso Malhão.
Era hora do descanso do guerreiro e, nessa noite, até o corneteiro teve de fazer horas extras.
Foi o Natal de 1972 no nosso aquartelamento do Songo, Norte de Angola.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal e Ano Novo

A todos os ex-camaradas e amigos do blogue desejo o melhor possível para todos vós.
 Feliz  Natal e boas entradas para 2012.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Coisas da minha guerra 5 - (Readt.)

Coisas da minha guerra (5) *

Mafra - 06 de Julho/70
Despachado a guia de marcha (...) para o COM do quartel em Mafra e por chegar fora de horas e à civil, quase que tive de pernoitar na vila pois só a ignorância da rigidez das normas militares me livrou de tal transtorno. Como o meu nome de sangue real constava da lista dos maçaricos, o sentinela lá permitiu que me fosse apresentar ao oficial de dia.
A minha primeira investida no quartel foi quase a de entrar num labirinto com os corredores cognominados de La fayette e outros nomes e que davam cada qual para sítios e casernas determinadas.
... Cansado como vinha, quase me dependurei no cabide do armário mais próximo com roupa e tudo, acabando por atirar o esqueleto para a enxerga do beliche mais à mão naquele serviço de quartos.
Devo ter sonhado a noite inteira e só acordado de sopetão por um cabo miliciano que berrou em voz bombardina para irmos levantar os "fatos-macacos" com que daí para a frente passaríamos a usar e ... abusar: exercícios táticos, paradas, lagoas enlameadas, crosses e outras subtilezas olímpicas como o galho, o pórtico, and so on.
De parceria com a malta, o novo "hotel" era ainda partilhado por tanta ratazana que envergonharia qualquer raticida e co-habitado por outros "comandos e OP's", entre pulgas e percevejos, e que fazia a delícia da nossa guerra, entre comichões e borbulhões a exigir quase pesticida, entre as suas quase 4500 portas e janelas do convento.
E foi assim a nossa rentrée.
 
(*) "Também eu estive lá..."

domingo, 4 de dezembro de 2011

Olá, milionários falidos...

Afinal, a crise acabou!
Que crise, qual crise, a crise é para os outros e para os que vão "desta para melhor"; mesmo a estes últimos, que se cuidem, não aconteça como ao outro: "Convida-se o sr. falecido a onerar o hospital no valor de estipêndios em 999,99 Euros por despesas de internamento de urgência, em 29/02/2008. Caso não consiga o nosso contato, pode fazê-lo, diretamente, no MB e para as referências indicadas. Atenciosamente, Hospital da Boa Morte".
Como íamos dizendo, o nosso PM deu ordem expressa às secretas para, ao mesmo tempo que requalifica os prédios urbanos para efeitos de reajustes do IMI, faça um levantamento de todos os colchões existentes naqueles - mesmo os Pikolim, os de água, os de palha, os de poliester... - para verificar, debaixo dos ditos cujos, de depósitos a "prazos indeterminados e a fundo perdido" e que terão escapado ao BPN. Numa estimativa por alto, calcula-se que as poupanças devem orçar em 998 000 000,00 de Euros - novecentos e noventa e oito mil milhões de euros, algo como duzentos e nove milhões e seiscentos mil contos, na moeda antiga - o que dará para baxar o défice da nossa dívida pública.
Todos os açambarcadores destes depósitos serão ainda penalizados pelo fisco e tais montantes reverterão para o estado, "... por terem posto em perigo a moeda única que terá sufocado debaixo daqueles", lê-se numa nota governamental.
Já, agora, acautelem-se os que têm outro tipo de poupanças debaixo do que quer que seja - em panelas, quadros, sanitas, nós de lenços à antiga, bolsos marsupiais de aventais de estimação, cintos duplos de homem... - e ainda metais preciosos como em dentaduras de ouro à brasuca, gargantilhas de ouro ao pescoço, pircing's dourados en genitais ou mamilos botóxicos e outros sítios não detetáveis à primeira vista, pois não estão livres de vos devassarem em quaisquer das vossas intimidades.
Tudo isto em "pró da Nação" e do ... défice.
Vosso conselheiro,
Zé Cêntimo - micro empresa de crédito.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Olá, múmias paraliticas ...

Pois e partindo do princípio de que nesta altura já estareis em outra galáxia existencial, uma vez que heis adefuntado pelo excesso de droga que vos picaram nos braços e nas canetas para vos tentarem ressusscitar do cancro de crise aguda que por cá aterrou - troika zeta - eis-me a contatar convosco através do meu medium preferido, IVA23, pois o seu parente mais pobre o IVA6 já deixou de ter cilindrada suficiente  para vos apoquentar. E feitas as contas assim é que a dona Merckl gosta: de rapaziada dura de roer.
Então estava a transmitir-vos telepaticamente que para a era espacial da galáxia 2020 havereis de dar conta da vossa cadavérica situação e leves que heis de estar por falta de peso e sustança que levitareis acima das nuvens e as vossas órbitas verão claramente visto que aquilo por que haveis passado mais não foi que um pesadelo. Acordareis e até as empresas de Friching's e outros quejandos que vos espremeram com juros abissais quando simples terrenos, estarão por essa altura mingados tal que terão estacionamento a mais dentro dos seus fatos macacos e vos solicitarão  umas taxas mais pequenas a que vós respodereis com umas marteladas valentes por forma a esborrachá-los contra a parede da indiferença e malvadez a que antes fostes votados.
E mais não digo pois a vingança serve-se quente, como convém.
PS Adeixai-vos estar nos cobertores dos sobretudos de madeira aonde vos prantaram pois ainda podereis vir a ser alvo de um estudo mais aprimorado do que o que aconteceu às famosas pirâmides de Kéops, Kéfren e Mickerinos.

Koenig, o sábio.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"Olá, criséforos..."

Antes de mais, criséforos significa que sofreis todos da crise aguda que ora se instalou.
Há uns tempos que não contatava convosco e para não pensardes que já "embarquei" por uma qualquer doença provocada pela crise, cá estou eu para dar-vos uma nova esperança, pela aplicação da anti-crise e com umas dicas para fazerdes uma bolsa de poupança que bem podeis vir a precisar, daqui a uns tempos, que a coisa está mesmo preta.
1. Há que reduzir às 3 cervejas que estais a emborcar para o estômago e compartilhardes apenas 1 com o vosso amigo do tasco;
2. Café, só cheirá-lo, pois vai levar mais 17% de IVA. Ademais, faz-vos muito mal aos nervos e por isso quem vos agradece é a cara-metade que já não  leva tantas das que levava;
3. O brandezito ou a cachaça do costume é para esquecer; toca a beber um copito d´água. Já agora, atentai nos seus benefícios:
- 2 copos de água depois de acordar ajuda a ativar os órgão internos;
- 1 copo de água 30 mts antes de comer ajuda na digestão;
- 1 copo de água antes de tomar banho ajuda a baixar a pressão sanguínea;
- 1 copo de água antes de ir dormir evita ataques de coração.
Logo, portanto, tomai todos banho... e não apenas aqueles copitos salutares.
4. Os "sobretudo de madeira" também vão encarecer, portanto, não vades "desta para pior" completamente nus. Até as cremações vão ficar mais caras com o aumento do gás. Enfmi... uma miséria a porca desta vida.
P.S.
Continua nos próximos episódios.
Até lá, vê-de que me pagueis por estes conselhos pois o IVA também chegou à minha porta.
O vosso contabilista-mor,
Cêntimo furado.

sábado, 10 de setembro de 2011

"Olá, reformados..."

Isto de ser aposentado e para os que já o são é o que deve estar a dar !?
 Com esta crise biliar aguda de se descontar para tudo e mais alguma coisa e com tudo a subir "upa! upa!", qualquer dia, ainda vos obrigam a "embarcar" mais cedo pois já estais a dar prejuízo à nação para além de andardes todos encostados a polir esquinas e vos considerarem descartáveis.
Não valerá a pena mostrardes o cartão de boy ou militante do partido do governo e nem a comenda ou condecoração do 10 de Junho "Por altos feitos em combate na Ônzima..." vos valerá de muito pois só o ouro é que está a dar. Como tal, preparai já o aluguer ou a compra de um bom jazigo para vos mudardes definitivamente para o "outro lado", enquanto S.Pedro ainda tem espaço para vos colocar, que a coisa por cá está mesmo preta.
Mas como nem tudo são notícias aziagas, talvez vos possam reciclar e para justificardes o "pré" da vossa reforma ainda podereis vir  a ser chamados para trabalhos suplementares de secretaria da GNR ou da PSP pois aqueles mandriões já nem pessoal tem para andar a policiar as ruas e é por estas e por outras que vos assaltaram o apartamento ou a casa de campo, à procura de algum valor, não vos valendo grande coisa cantardes o  "Chamem a polícia", que dali não sai nada. Em alternativa, ainda podeis escolher serdes stweards (?) em qualquer dos vossos clubes preferidos, mas sem olhar para os vossos Ronaldos - que besteira e onde é que já se viu terdes que gramar os filhas da p--- ouvidos daquela corja toda e que vai batizando os vossos ídolos sem poderdes acudir! - Em último caso de desespero fazei como os outros, assaltai  aquele banco falido do BPN, com pistola de plástico e a descoberto, a ver se esses ladrões vos devolvem o que restou das vossas economias do pré auferido na campanha do ultramar lá nos Quivuenga-city, com os juros de lei devidos pois já lá vai uma porrada de anos.
Não digais que não vos avisei a tempo.
O vosso gestor económico do banco dos pobres,
Cêntimo Falido.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Olha a "raposa" ...

Olá, ex-camaradas, o Paulo Portas está de volta para, e finalmente, como MNE, vos abrir as portas, escancaradamente,  e vos pagar as pensõezitas em atraso, conjuntamente com umas tro(t)kticadas, agora que já nem precisa dos submarinos para olhar debaixo de água(s) turva(s).
Mas o título parece que nem teria nada a ver o "cu com as calças" pois o nosso bebé ainda nem era nascido quando vós e a minha Magestade, em tempos idos, nos sujeitamos ao dito "Exame", postado atrás no blogue, e de que  poderia resultar uma valente "raposa" se não tivéssemos estudado a lição toda - gramática, aritmética, geografia, história e outras tantas.
Logo, portanto, vós que vos formastes em doutores da "mula russa" ensinai de vez ao nosso homem como é que se negoceiam as prometidas reformas de miséria, sobretudo para os nossos camaradas que com tal crise já não tem dinheiro sequer para os medicamentos da asma, quanto mais para beber umas cervejinhas, e das baratas, como aquelas Nocais que beberricávamos lá pela Quivuenga-city.
Já agora, ide aparecendo pelos Facebook's e outros sítios virtuais pois é ainda uma minoria  quem, de vez em quando, "ressuscita" e entabela, aqui e ali, uma de conversazita de chacha, quanto mais não seja para saber que ainda estais vivos. É que se não morrerdes da doença, acabareis por "bater a bota" pela cura e com os "remédios" que esta cambada nos anda a impingir - cortes e mais cortes, até andarmos todos de tanga...
Outros assuntos do género "Muito confidencial e quase secreto":
Por estes dias, está marcada uma operaçãozita à Mucaba para um "golpe de mão" a uns abacaxis, ananazes, papaias, peras abacates, nonas, bananas e outros "inimigos" da fome.
O vosso lugar-tenente,
Foge que te apanho.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O exame


O exame (X)



         Alex andava um tanto preocupado, como Director de Turma, em tentar acompanhar os seus alunos para as provas de exame de Língua Portuguesa e Matemática. Ia perguntando aos colegas destas áreas disciplinares se os alunos estariam preparados.

         - S’tôr, no seu tempo também faziam exames a Língua Portuguesa e Matemática? – Questionava o mandrião do Bruno, cábula nº 1 da turma.

         Sem esperar resposta, atacou logo outra aluna:

         - É, s’tôr – preocupava-se a Isabel – só para o Gil Vicente temos que estudar a Barca do Inferno toda!

         - Só isso? – Brincou Alex – é bom que conheçais todos os diabretes que lá entram. Já agora, já assististes a alguma encenação desse Auto da Barca?

         - Eu já o vi num programa da televisão – assentiu a Cátia.

         - Por que é que não sugerem à vossa professora uma encenação feita por vocês? – Personagens não faltariam nesta turma … deixem cá ver …

         Olharam-se uns para os outros e começaram a rir-se. O “Mantorras” perito em todo o tipo de fintas, sobretudo quando fazia um manguito às aulas, aproveitou para espicaçar o Rafael:

         - S’tôr, um que fazia bem o papel de Belzebu era o Ráfa!...

         - E tu, fradeca – ripostou o Ráfa – a ti só faltava lavarem-te os pés e porem-te nos altares!

         Risada geral. Mais apaziguadora, a delegada procurou interceder pela turma:

         - Desculpe lá, s’tôr, nem toda a turma se portou assim tão mal, durante o ano. Olhe que as meninas até se comportaram mais ou menos!...

         - Queres ver a santinha – elogiou-a o Daniel – vós sois todas é umas escovas! Já agora, tu fazias bem na peça era de alcoviteira!...?

         - Pronto. Acabou o paleio – rematou Alex. Vocês sabem lá o que são provas de exames e logo desde a 4ª classe. Só vão acreditar quando se virem nelas e não terem tempo para as fazer!

         - Oh s’tôr, no seu tempo também passava tudo? - Gozava o “Bigodes” pois já desfazia a barba desde os 13.

(…)

Alex fez atrasar o relógio do tempo.

         Terminada a 4ª classe, alguns dos colegas de escola haveriam de começar a procurar trabalho, para a ajuda em casa. Uns, ainda como moços, na arte de trolha. Outros, das freguesias de Góios e Marinhas, seguiriam a lavoura. Os filhos dos pescadores da terra, experimentados já na pesca do rio, no tresmalho, na solha, no robalo, na tainha e na estacada da lampreia, iriam com certeza continuar a faina do mar. Só mesmo uma meia dúzia se aventurou nos estudos, mas para lá chegar, havia que passar-se no exame de admissão ao liceu.

Como a sua preparação exigia uns conhecimentos extra, os alunos complementavam a aprendizagem da escola em casa de alguns professores especializados. Supostamente preparados, também Alex lá se encaminhou, com alguns dos seus conterrâneos, para as provas de acesso, no liceu da Póvoa de Varzim. Primeiro, foi a Prova escrita. Dois dias após, a Prova oral. Nesta última, ficara mais descontraído quando no júri conheceu gente da terra.

Em pleno exame.

- Então diz lá, meu menino – perguntou-lhe um dos jurados – quais são as capitais das Províncias de Portugal?

 Alex despejou o saco da sua memória fixiva e, num abrir e fechar de olhos, respondeu, acertadamente, ao quesito, só trocando as capitais das Beiras, mas nada que provocasse litígios regionais.

- Sim, senhor, vê-se que estudaste. Agora aqui o Sr. Doutor vai fazer-te outra pergunta, está bem?

Desta feita, um mais que mal humorado professor, de óculos dependurados no nariz, cabeleira à Beethoven e cachimbo à Kaiser, lançou-lhe a pergunta nº 2 da cartilha, fustigando-o, ao mesmo tempo, com uma baforada de fumo mais denso que o nevoeiro da Póvoa:

- Ouve lá, vais dizer o curso do rio Tejo, desde a sua nascente até à foz. Vê se cantarolas as povoações todas e que não falte nenhuma!

Um tanto amedrontado pela fisionomia esquisita do professor, coçando um dos joelhos, por baixo dos calçõezitos, e fazendo esticar os suspensórios com a outra mão, tentou perscrutar no mapa de Portugal onde ficava o rio Tejo – os rios vinham marcados a azul. Em cima da mesa, uma ampulheta de vidro vazava um fio de areia para o cone de baixo, indicador do limite de tempo da Prova oral. A letras gordas, lá visionou a capital LISBOA e o tal de rio Tejo. Depois, foi só fazer desaguar o percurso inverso. Apenas se “afogou” numa localidade, Salvaterra de Magos – tinha logo que esquecer-se dos reis magos da catequese! - Mas o essencial fora respondido.

Foi ainda inquirido sobre as serras do Caldeirão e Montejunto e mais este e aquele percurso das Linhas de Caminhos-de-ferro, assinaladas no mapa com sequências de dois tracinhos pretos paralelos e cruzados e fáceis de detectar a olho nu. Sobre estes últimos, uma hesitação no Entroncamento ia-lhe custando caro, mas não terá incomodado de todo o ministro dos transportes, lá em Lisboa. Reposta a povoação nos seus devidos trilhos, os comboios lá continuariam a fazer o seu percurso, indiferentes à ignorância momentânea. Acabou por merecer um aceno positivo do mal-encarado professor.

Agora vinha a cartilha da Matemática.

- Então, és bom nos problemas? - Perguntou-lhe o professor de barbas.

- Assim, assim! Mas gosto mais dos milhões e dos volumes dos sólidos…

- Vamos lá ver isso. Vais ali ao quadro e escreves o seguinte número: 2 biliões, novecentos e quarenta e sete milhões, seiscentos e oito mil e …mais quatro unidades.

Pegando no giz, Alex lá se desembaraçou: 2947.608.004. O professor olhando de soslaio a solução, emendou:

- Olha lá, não te parece que falta nada?

- Ah! O pontinho nos biliões, Sr. Professor! 2.947.608.004!

- Ora aí está! O pontinho é mais que um simples pontinho, pode ser uma fortuna, sabias?

Por fim, veio a prova de Português. Desta feita, sentiu-se como peixe na água pois o examinador era da sua terra.

- Olá, por aqui, meu maroto? – Brincou o conterrâneo.

- Sim, Sr. Doutor, a ver se entro no Colégio Infante de Sagres.

- Claro que vais entrar, claro. Estás a fazer uma bela prova, sim senhor. Gostas de ler e escrever?

- Mais ou menos …

- Olha, vais ler então o trecho do teu livro, na página 47, está bem?

Calhara-lhe a fábula da Raposa e da Cegonha. A sua voz era pausada e sublinhada, parando em cada vírgula e sobretudo dava particular ênfase às interrogações. Preocupou-se até em imitar, guturalmente, a manhosice da raposa e deu à cegonha a primazia do diálogo, merecendo por isso a admiração do docente.

- Muito bem, menino, muito bem!

Seguiu-se a análise morfológica e sintáxica do texto e a declinação dos verbos Ver e Ter, com as rasteiras já habituais, se eram com um único é ou dois e se os primeiros tinham ou não carapuça – acento circunflexo –, prova superada na perfeição, por tanto ter praticado nas aulas de preparação.

- Óptimo. Podes sentar-se.

No final da prova, dirigiu-se para casa, na camioneta da Viúva, de Viana do Castelo. No trajecto, foi saboreando o lanche da sêmea com marmelada que a mãe lhe guardara. Estava eufórico. A paisagem da Estela até Apúlia e desta até Fão voou-lhe pelas vidraças e, coisa rara, nem chegou a enjoar até à vila. Parou em frente à Nélia e, de prenda, a mãe ainda lhe comprou um pirolito p’ra beber e mais um guarda-sol de chocolate!

Dois dias depois, a expectativa estava virada para a lista dos aprovados ou reprovados, fixada no átrio do liceu, o que mereceu nova ida à cidade do Cego do Maio, na charrete do Linhares. Ansioso, voou para as pautas.

(…)

Nº 1 – Aarão Mendes da Silva – APROVADO (a tinta azul)

(…)

Nº 34 – Alberto Simões Fontaínhas – REPROVADO (a tinta vermelha)

- Sou eu a seguir – murmurou com os seus botões. O olhar esbarrou-lhe no seu nome.

         Nº 35 – Alexandre da Silva PachecoAPROVADO (a tinta bem azul)

         - Passei!!! Passei, mãe!...

         Dera dois pinotes no ar e quase a provocarem-lhe cólicas por tão grande contentamento.

Recebera de presente uma caneta de tinta permanente, cor azul e que tinha custado sete e quinhentos!

(…)

- S’tôr, já tocou p’ra sair – avisou a delegada de turma.

- Desculpai, não ouvi. Preparai-vos bem. Podeis ir. Até à próxima.

- Não se esqueça, S’tôr!?










sexta-feira, 15 de julho de 2011

Olá, cabos rasos ...

Como, para alguns, vai sendo tempo de descompressão - e cada um fale por si, se vai ou não tirar umas feriazitas e enquanto o nosso novo Mayor não as reduz apenas para uma semanita - era só para vos comunicar que ainda estamos vivos ( a realeza da minha pessoa trata-se sempre no plural) e para vos (a)comunicar que a "guerra" acabou !?... Logo, portanto, estai descansados que não sois de novo mobilizados.
E para vos fazer espraiar um tanto ou quanto, quer do físico quer da vossa tola que deve andar meia foxtrot por causa das "troi(ti)kadas" que vos andam a fazer atrás da orelha mas sobretudo a ir-vos ao bolso de cada qual, nada melhor que tentar elevar-vos o espírito para outras galáxias que, essas sim, não vos fazem pagar imposto e (a)levantam-vos o ânimo.
Como tal, sele(c)cionei-vos um "Laudate Dominum" (Louvai ao Senhor) de Mozart, (re)cantado pela minha descendente - pai babado é assim, pior que mãe-galinha! - para vos fazer escorrer uma lacrimazita ou fazer mexer-vos aí o interior das tripas e tocar-vos ao sentimento de paz que ainda deve ter sobrado algum(a), desde a nossa nossa última guerra.
Espero que gosteis pois não é todos os dias que vos ofereço um "whysky" destes e também para vos fazer variar a "dieta" da crise que atravessamos.
"Pára, escuta e ... sente".
O vosso psicólogo e psiquiatra e especialista em certas doenças raras.
Obs. Se com esta "dose" a coisa não vos passar, estais entregues aos bichinhos e podeis já encomendar o tal "sobretudo de pau" que estais mesmo por um fio!...
Rex
Doctor honoris causa.

Laudate Dominum - W. A. MOZART

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Olá, "generais" ...

Estava a minha Real Pessoa quase a pensar se se iria reformar ... (?) das minhas "guerras" quotidianas, quando sou confrontado com outras batalhas de ocasião - para além das dos ataques de uma tal troika que nem se lhe sabe o significado, se tríade, trio sorumbático, terceto usurário ?... - quando tive de o(p)tar por beber por duas garrafas de tinto - verdasco minhoto de Braga(s) e "Mal"fica(s) na fotografia e de marca registada nacional e internacional.
Vai daí, sentei-me na TV e fui "provando" dos tais vapores de Baco, até que a polícia me parou o pensamento da ocasião e me fez "soprar ao balão" pois já tinha ultrapassado os limites legalizados quanto aos "acompanhamentos" que ia comendo no prato da "Pedreira".
Confesso até que comi e "bebi" por excesso e fora do copo, pois sendo um habitué daquela marca registada da "Luz", desta feita, fiquei-me pelo tintol verdasco da casa, a minha cidade e capital do Norte - Braga. Mui sinceramente.
Sói dizer-se que pode mudar-se de mulher mas não de clube. Desta feita, "embebedei-me" por uma noite perante a paralisia sombria de Cardosos minorcados em Sab(v)idola(s) e em desarranjos intestinais provocados por excessos de Coentrões e fruta quase apodrecida de Pereiras Maxi(mizadas).
Enfim.
Bibó Sporting ... de Braga.
E que traga o "canecão" cheio de whiscky irlandês pois a crise não está para "Portos de honra".
O vosso repórter na hora e no "Vira do Minho",
Da Bracara Augusta,
Rex Imperator King The First.

sábado, 5 de março de 2011

Recordar é viver / Estórias recontadas da 3411

De regresso em MVL (Movimento de Viaturas Logístico)

Se, da primeira vez, dada a urgência por motivos de evacuação, viagei de Noratlas, agora, de regresso à Companhia, fora sorteado com uma guia de marcha, em MVL, até ao Songo. Esta foi outra das muitas experiências pelo que passei pois ir numa coluna de viaturas mistas (civis e militares) e viajar durante incontáveis horas de noite foi mais um teste à capacidade de resistência de um qualquer mortal.
Saímos de Luanda para Carmona, e daqui para o Songo, prosseguindo o MVL ainda mais para Norte para outras Companhias às quais, como a nossa, se destinavam os respectivos abastecimentos. Viajei como "pendura" ao lado do condutor civil que, por ofício, já participaria nestas viagens há tempo mais que suficiente pois a sua Chevrolet quase que sabia o caminho de cor.
A coluna estendia-se estrada fora qual exército de formigas a caminho do seu buraco e com escolta militar de uns quantos camiões GMC. Parávamos de duas em duas horas para desentorpecimento, mas logo retomávamos a marcha pois a noite era má conselheira, temendo-se sempre qualquer surpresa menos agradável e sermos alvo de um qualquer ponto de mira escondido capim dentro. Devo ter adormecido e readormecido umas tantas vezes e só acordando perto de povoação ou aldeamento face à estrada onde os canídeos logo avisavam da nossa passagem. Claro que os meus ossos iam todos desconjuntados pois em cama ambulante era a primeira experiência que fazia.
Os abastecimentos eram mais ou menos periódicos e estavam a cargo da Intendência do Exército. Os camiões iam literalmente carregados e para fazer uma leve ideia socorro-me de relatos de "Guerra e Paz- no Norte de Angola", referente a um MVL similar do Negage para Maquela do Zombo, em Marçio de 1964, onde o trajecto de uns duzentos e tal kilómetros se prolongou só por dezasses horas!... Então relatava-se: "...três dos camiões iam completamente carregados de vinho num total de 6400 litros (500 litros garrafões de 10 litros e 14 pipas de 100litros); levavam mais de 2000 kg de açúcar; 200 Kl de spaguetti; 1000 lt de azeite; 300 Kg de azeitonas, etc., tudo num total de 122.000#00...".
Contabilize-se agora, em 1971, e já com o quase o décuplo de tropas instaladas no terreno, de Luanda para as nossas bandas (mais de 400 Kms) a quantidade de tonéis necessários e mais umas tantas toneladas de géneros variados, todos a bambolear picada fora que, se fossem leite, chegariam ao seu destino feitos já margarina ou queijo da serra!... E imagine-se ainda o tempo gasto naquela "peregrinação"!...
Chegamos a Carmona amarrados e empestados em gasóleo. Quando me dei conta, já no Songo, fui logo pedir "rebaixa" ao Capitão e devo ter adormecido um dia e uma noite seguidas para tentar recuperar de tão grande maratona.
A partir dali, detestei camiões!

In "Também eu estive lá..."

quinta-feira, 3 de março de 2011

Recordar é viver / Estórias recontadas da 3411 (*)

Outros "golpes de mão"
As noites tinham a particularidade de se tornarem nostálgicas e, por algumas vezes, havia que quebrar essa nostalgia com saídas furtivas fora do perímetro do quartel.
Socorrendo-me dos meus braços direitos, o soldado mecânico X (um alentejano de gema), do cabo mecânico Y (natural de Matosinhos) e do cabo condutor W (um portista dos sete costados), que reunia no parque auto, planeávamos o próximo "ataque" à sanzala mais próxima. Já conhecedores do terreno, partíamos para mais uma das nossa aventuras: um velho jeep willes (pára-brisas deitado sobre capot) conduzido por mim, tendo como pendura o W e no banco de trás, compenetrados dos seus papéis, o X e o W, de mansinho, lá nos furtávamos em direcção ao objectivo, com uma certa complacência do soldado de serviço à porta de armas que fazia olhos de mercador.
Percorridos os poucos quilómetros no sentido da estrada Songo-Carmona, entrávamos na sanzala, que ficava ao nosso lado esquerdo e, desligando as luzes do jeep, tentávamos passar despercebidos, pelo que, calmamente, avançávamos na escuridão até ao objectivo que era, concretamente, um redil, pertença de um comerciante da vila e proprietário de um talho no local.
De imediato, o X, saltava do jeep e, rapidamente, embrenhava-se no meio das cabras e ovelhas; no espaço de uns minutos já pulava para o jeep com o troféu de caça aos ombros, tendo ainda numa das mãos o sinal do crime, uma faca de mato ensanguentada com que despachara a vítima. No regressso, já em velocidade de fórmula 1 até ao quartel, estava ainda acordado o cozinheiro da companhia, o Z, com a missão de preparar a vítima, à Hotel Ritz, durante a noite para, nas seguintes, fazermos o repasto de tão lauto banquete.
No dia seguinte, era ouvir o talhante, vociferando contra tudo e contra todos e acusando os turras que lhe "voltaram a limpar mais uma cabra", enquanto nós, muito sérios, ainda íamos fazendo a digestão e rindo cá por dentro a bandeiras despregadas.

(*) In "Também eu estive lá..."

domingo, 20 de fevereiro de 2011

"Recordar é viver" / Estórias recontadas da 3411

O terror da sanzala

Ele há coisas do diabo da breca que só contadas.
Estava eu de serviço ao aquartelamento do Songo quando sou chamado à porta de armas pelo cabo de serviço, pois o sentinela dizia que estavam à entrada do quartel umas bailundas da sanzala próxima que queriam falar com o capitão. Aproximei-me das ditas cujas e tentei saber do que se tratava:
- Então, o que é que há? - inquiri.
- Meu alfere, queria falar co sinhô capitã ... - como olhares vidrados.
- Mas então porquê? - insisto a tentar inteirar-me.
- Só falamu co sinhô capitã - renitentes na explicação.
-Bom... sendo assim, nada feito. Ou me dizem o que se passa ou ficamos por aqui pois o sr. capitão saíu. - faço intenção de desligar a conversa face à teimosia e dou meia volta. Perante a minha atitude, insiste uma delas:
- Meu alfére, é por causa do "bicho" do soldado!
- O quê? Que bicho?- interrogo-as demoradamente mas não obtenho qualquer resposta, senão apenas uns meio sorrisos quase envergonhados! Bem, eu vou ver se o sr. capitão já chegou - perante a falta de deslinde e com a conversa a levar a nenhures, tento passar o caso para o capitão que, na altura, estava na messe com uns amigos; digo-lhe do que se passa e este dá autorização para se dirigirem ao seu gabinete.
- Então, o que é que se passa? - inquire ele.
- Sô capitã, vimos qui pois o "bicho" do soldado faz muito mal na sanzala e nós stamu co medo!... olhares receosos.
- Mas que raio se passa com o cão do nosso soldado? - interroga o capitão.
- Nô é cão, sinhô, é o "bicho" do soldado qu'é grande e dói pessoa mesmo!... - olhares agora de pescada morta começam a irritar o chefe. Um cruzar de olhos entre o capitão e a minha pessoa leva-nos a conclusões precipitadamete precipitadas mas a entender que ali há marosca.
- Pôrra, expliquem-se, que também não percebo nada - atira o capitão. Passados uns minutos e cabisbaixas começam a deslizar as mãos para as suas partes pudendas por sobre umas saias demasiado atrevidas e logo remata a mais afoita:
- Sinhô, o soldado vai na sanzala e quando entra na cubata mete o "bicho" deste tamanho - gestos a medir o comprimento do dito cujo das "Caldas" para padrões fora do normal que provocam da nossa parte uns sorrisos malandros ao inusitado de tal medida - que dói mesmo ...
(com acenos afirmativos das outras duas, meio envergonhadas por terem também de participar naquele diálogo algo desagradável) E depois obriga nós a fazer o serviço co ameaça de faca de mato se a gente não quére - uma lágrima a escorrer rosto abaixo.
- Pronto, já percebi - tenta acalmá-las o capitão. Identificastes o soldado que faz isso?
- Si, sinhô capitã. É um piquini de carapinha loira - gestos a medir o metro e cinquenta do arguido, o que quase nos leva à sdua identificação.
- Pronto, o sr. alferes vai tratar do assunto e depois mando chamar-vos para confirmardes o soldado. Podeis ir.
(...)
Passados uns dias tivemos de confrontar o nosso "herói" com as queixosas e fizemo-lo prometer que estas coisas não funcionavam assim e muito menos daqueles modos. O capitão, meio sério, ameaçou-o de prisão e assustou-o de tal forma que lhe "faria encurtar a ferramenta" se continuasse com tais investidas.
Envergonhado, o nosso "D. Giovanni", saiu do gabinete, rabo entre pernas, por entre a chacota da caserna.
Remédio santo!

Lino Rei
In "Também eu estive lá..."

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Conhecer faz parte do viver ...


Numa de partilha, irei publicando, em alternativa, alguns roteiros turísticos com os meus ex-camaradas.

Sem qualquer pretensiosismo da minha parte, que não apenas o prazer pela fotografia e pelo vídeo, vou deixando alguns flashs que me ficaram na retina por alguns dos sítios que fui visitando, convicto que alguns de vós também já tereis viajado por muitos e variados azimutes.

Todo o material exposto, embora de puro amadorismo, é da minha pessoa e, como tal, vale o que vale e apenas pela intenção dessa mesma partilha.

Um abraço,

Lino Rei

MUSEU do VATICANO

Praça e Basílica de S. Pedro - Vaticano

ROMA - Cidade eterna

FLORENÇA - Sede do Renascimento

VENEZA - A vecchia signora

NÁPOLES - La città cantabile

POMPEIA - Ruínas

S. Gimignano/Carrara/Pádua

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Isto é que vai uma crise..."


Olá, cambada, já encomendastes o "sobretudo de pau" ? Não vos apresseis e 'inda ides "desta para melhor" em pijama às riscas do F(ê).C(ê).P(ê). !...

Para os restantes que moram na Província - Portugal é Lisboa e o Porto é o Norte, segundo alguns apregoam - o melhor é mesmo despedir-vos em beleza, do género do último dia de solteiro e tomardes uma piela das valentes, a ver se a ressaca vos passa logo para o "outro lado" e sem aumento de IVA, nos tais 23 percentuais.

Aliás, a última tortura infligida pela "Inquisição" governativa, para quem não pagar, mesmo estando morrido e bem morto, de cadáver bem adefuntado e enterrado, para além dos oito palmos de terra, é cravar-vos, no tal "sobretudo", 23 pregos bicudos e pôr-vos a sangrar do que ainda vos resta e dar-vos de pasto aos vampiros ... Em alternativa, e se mesmo assim acenardes lá de baixo que "eu não pago, chamem a polícia", então, vem logo o carrasco do fisco fazer-vos acendalha e do que sobrou das cinzas, assoprando-as para o ar, nem direito tendes a que elas "viagem" até New York-city, como o outro que sabendes a quem me refiro...

Mas tende esperança, que isto ainda vai melhorar pois "para pior já basta quem".

E pronto, era só para vos avisar, que andaindes muito acalados e nem tugis nem mugis. Mas isso é o que ainda vamos ver quando o vosso (des)ordenado começar a mingar, por estes dias.

Aconselhai-vos cá comigo que vos faço uns descontos nos ditos cujos. O último "modelo" já tem ventilação inclusa e painéis solares para desfrutardes de uma eternidade sem fiscos.

O vosso conselheiro paranormal,

3411.